Conflito na Líbia
A nova história da Líbia começou em 1969, quando os "oficiais livres", um grupo de oficiais radicais islâmicos, derrubaram a monarquia num golpe de Estado sem derramamento de sangue, criando um governo muçulmano militarizado e de organização socialista. O Conselho da Revolução (órgão governamental do novo regime) era presidido pelo coronel Muamar Kadafi.
A maior revolta popular das últimas décadas tem por objetivo derrubar o ditador. A situação do país, localizado no norte da África, é mais um capítulo da forte onda de manifestações populares no mundo árabe-muçulmano. Revoltas estão instaladas no Iêmen e no Bahrein e começam a chegar a Marrocos, Argélia e Omã.
Em comum com outros países, a Líbia tem a presença de um mesmo ditador há décadas, de profundas desigualdades socioeconômicas e de ricas reservas de petróleo. Mas as coincidências ficam por aí. Diferentemente de outras nações, a Líbia não tem um exército estruturado que sirva de interlocutor com a sociedade nem recortes religiosos bem definidos. Não é um Estado-nação coeso e com sentimento consolidado de identidade nacional. Ao contrário, permanecem identidades tribais, manipuladas por Kadafi, e cisões entre as três grandes províncias do país.
A revolta na Líbia tem também contornos mais dramáticos de violência, se comparada às dos vizinhos. Os rebeldes já ocuparam diversas cidades, mas estão sendo combatidos pelas forças fiéis ao ditador, com bombardeios e fuzilamentos que já causaram milhares de mortes. Em fevereiro de 2011, após a Tunísia e o Egito, a Líbia é atingida por manifestações em Trípoli e Benghazi, que pedem a saída de Kadafi e seus filhos.
Em 17 de março de 2011 foi aprovada a Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU que autoriza o uso da força na Líbia com base no Capítulo VII da Carta da ONU. A Resolução foi aprovada por 10 votos a favor, nenhum contra e 5 abstenções - da Alemanha, Brasil, China, Índia e Rússia. Esta Resolução tem cinco itens: proteção aos civis; uma zona aérea de exclusão; reforço no embargo de armas; proibição de vôos e congelamento de bens. No dia 19 de março um avião de combate francês efetuou o primeiro disparo na Líbia contra um "veículo militar indeterminado", dando início às determinações da Resolução 1973. Segundo porta-voz da aliança, ataques podem permanecer até que cessar-fogo ordenado pela ONU seja cumprido.
O conflito se estende a mais e sete semanas, duas delas com bombardeios comandados pelos Estados Unidos, França e Inglaterra. Dia 31 de março, a operação militar passou a ser comandada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Oficialmente, a ONU autorizou a intervenção extra com o intuito de impedir que o ditador Kadafi matasse os opositores ao seu governo. A OTAN esta ajudando para que rebeldes avancem rumo a Trípoli e derrubem Kadafi. A Coalizão Ocidental começou a discutir a possibilidade de fornecer armamento aos rebeldes, apesar dos riscos podem haver possíveis ganhos.
Há informações de que membros da rede terrorista Al Qaeda e do grupo libanês Hezbollah estão participando do levante. Outras organizações radicais muito populares, onde se iniciou o movimento anti-Kadafi, são o grupo Islâmico de Combate Líbio, cujos integrantes lutavam contra os Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque, e a Irmandade Muçulmana, com raiz no Egito.
Além de interesses políticos também há os econômicos, bem mais concretos e esclarecedores. Em 2009, o comércio entre União Européia e Líbia foi de mais de 37 bilhões de dólares, sendo a Itália, a Alemanha, A Espanha e a França os maiores parceiros do país do norte da África. A Itália tem uma posição privilegiada nessas relações comerciais. A empresa petrolífera italiana ENI extraia de lá cinco vezes mais que sua concorrente francesa, TOTAL. E entre os negócios mais rentáveis estava o comércio de armas.
Caças Americanos.
Resultado dos mísseis jogados na Líbia.
Por: Juliana P. G.
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